O
fotógrafo brasileiro Sebastião Ribeiro Salgado nasceu na cidade de Aimorés,
localizada no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, no dia 8 de fevereiro de 1944.
Graduado em Economia, ele trabalhou no Ministério da Economia, em 1968.
Devido
a perseguições políticas empreendidas pela Ditadura Militar, ele foi obrigado a
buscar asilo político em Paris, em 1969. Lá, ele completou o doutorado em
Economia, em 1971.
Ao completar 29 anos, em uma viagem à África,
levando consigo uma máquina fotográfica de sua esposa, Lélia Wanick Salgado,
ele teve seu encontro definitivo com a fotografia.
Sebastião
descobre no trabalho fotográfico a melhor forma de enfrentar os acontecimentos
planetários, principalmente em seus aspectos econômicos. É seguindo por este
caminho que ele se transforma em um dos principais e mais venerados fotógrafos
da atualidade, no campo do fotojornalismo.
Adepto
das fotos em branco e preto, Sebastião Salgado voltou para Paris, em 1973, dando
início à sua trajetória nesta nova profissão.
Sebastião
passou pelas principais agências fotográficas da Europa – a Gamma, em 1974,
registrando imagens sobre a Revolução dos Cravos, em Portugal; a Sygma, de 1975
a 1979, através da qual ele transitou por mais de vinte países, fazendo a
cobertura dos mais variados acontecimentos; a Magnum Photos, em 1979,
cooperativa instituída por Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, entre outros
fotógrafos, na qual realizou a fantástica sequência de fotos documentais sobre
camponeses latino-americanos, durante sete anos.
Lançou
diversos livros:
·
Trabalhadores (1996)
·
Terra (1997)
·
Serra Pelada (1999)
·
Outras Américas (1999)
·
Retratos de Crianças do Êxodo (2000)
·
Êxodos (2000)
·
O Fim do Pólio (2003)
·
Um Incerto Estado de Graça (2004)
·
O Berço da Desigualdade (2005)
·
África (2007)
·
Gênesis (2013)
O
próximo tema a que ele se dedicou, de 1993 a 1999, foi o da emigração massiva
de pessoas no mundo todo, dando origem à obra Êxodos e Retratos de Crianças do
Êxodo, de 2000, ambos alcançando grande sucesso mundial.
A
série Êxodos reúne seis anos de trabalhos realizados em viagens a 40 países,
retratando histórias de pessoas que foram obrigadas a deixar a terra natal
fugindo da pobreza, da repressão ou das guerras.
Na
introdução de Êxodos, escreveu:
"Mais
do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores,
línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são
semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para
melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a
situações extremas [...]".
Trabalhando
inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo
seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo
do que está acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que
testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo em que
protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e
outras injustiças.